O Museu Municipal de Varginha participa da 10ª Semana Nacional de Museus, promovida pelo Ministério da Cultura. Atualmente o Museu abriga a exposição “Retratos da Infância”. São 50 fotografias e vários objetos que retratam a infância das crianças de Varginha nos séculos XIX e XX. A curadoria é do diretor do museu Claudio Martins, sob assistência de Humberto Xavier. No acervo permanente há cerca de 7 mil peças, entre documentos, fotos, jornais e todo tipo de material que conta a história de Varginha entre o século XVIII e a presente data. Claudio diz que escolas podem agendar visitas orientadas pelo telefone (35) 3690-2716.
A 10ª Semana Nacional de Museus será realizada de 14 a 18 de maio. Tem como tema “Museus em um mundo em transformação: novos desafios, novas inspirações” e conta com a participação dos principais museus brasileiros. É realizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), órgão do Ministério da Cultura.
O prefeito Eduardo Carvalho “Corujinha” disse que o fato do Museu Municipal de Varginha integrar a Semana Nacional de Museus “demonstra a importância do acervo, que registra o passado e o presente de nossa cidade, bem como o alto nível do trabalho de nossos servidores, que catalogam, armazenam e mostram aos visitantes e turistas a história de Varginha”.
O Museu Municipal de Varginha integra a Fundação Cultural do Município. Fica à Praça Matheus Tavares, 178, centro, imóvel histórico tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Município. A visitação é de segunda a sexta, de 8h às 11h e de 13h às 18h.
Abaixo, texto do diretor do Museu Municipal, Claudio Martins, sobre o papel do Museu no mundo atual.
Museus em um mundo em transformação: novos desafios, novas inspirações.
O tempo... não para! Os dias correm numa velocidade como se tudo fosse urgente, para este momento, este segundo. Em meio a esta atmosfera da rapidez incessante os Museus prosseguem, sem se preocuparem em dar corda ao relógio estático na parede. Figurativa é a imagem de um “cuco”, soando como lembrança aquele pássaro que saia de sua janelinha para anunciar o momento do dia.
O tempo... não pode parar! Em meio a matas e rios surgia um povo que aos poucos, construía ranchos, levantava cercas, transportava as necessidades mais básicas para sobrevivência e que no lumiar dos anos foi se transformando numa cidade típica mineira: seu trem, suas plantações, suas ruas de pedra, seus casarios, e enfim, numa cidade que muitos escolheriam viver.
Mundo que gira, que muda, que se transforma a cada segundo... Antes, uma carta mal resolvia, hoje o e-mail se impõe. Antes era o telégrafo ponto a ponto, agora uma variedade de possibilidades de comunicação.
Antes, crianças apáticas na escola, hoje ávidas de sabedoria e instrumentalização.
O Museu Municipal de Varginha, guardião de parte da história desse povo, também não parou desde a sua instalação. Vem a cada dia desafiando o tempo no sentido de dar alma a objetos, fatos e fotos. Registrando os detalhes que fazem uma cidade ser única. Se novos desafios surgem, maiores são os motivos para arregaçar as mangas e dar sentido ao trabalho de preservar e mostrar aos visitantes, a história de seus antepassados. È nosso papel ser ponte entre a memória e o esquecimento; o individual e o coletivo; o local e o global; o que se é, se foi e se pretende ser.
Quando se trata de ouvir e falar sobre Museu, as dinâmicas mudam de lugar para lugar. Mas tudo é fonte de inspiração. Adaptação. Temos que andar juntos as novas tecnologias, mas, a inspiração, a criatividade é a mola mestra. Todo adulto ou criança quando entra numa casa expositiva de memórias, será sempre uma fonte de inspiração, num modelo novo ou alternativo de conhecimento. São desafios que aparecerão sempre. Porque o que conta não são os objetos estáticos em si. São os autores por trás dessa história oral, contextualizada, ouvida, registrada, comprovada, imaginada, vivida...
Claudio Henrique Martins
Diretor do Museu Municipal de Varginha