Na quarta-feira (19), deu entrada no Pronto Atendimento do Hospital Bom Pastor, um homem de 42 anos com quadro de traumatismo crânio-encefálico. O traumatismo foi causado por queda e o paciente deu entrada no hospital já em estado grave. Foi realizado o exame de Tomografia no Hospital Regional e de posse dos resultados a família do paciente mencionou o desejo em doar os órgãos.
"Quando a família falou sobre o desejo de doar os órgãos, ligamos imediatamente e acionamos os procedimentos necessários para que fosse realizada a doação. Contactamos o MG Transplantes e a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para transplantes (CIHDOTT) do Hospital Regional. Em seguida, providenciamos a transferência para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Regional”, explica a médica plantonista do Pronto Atendimento, Dr. Adélia Maria Batista.
A filha do doador, Mariana Rodrigues Costa, relata o porque da decisão em realizar a doação: “Já tínhamos quadro de pessoas com problemas renais na família, e nunca ninguém era compatível. Sempre conversava com meu pai sobre isso e ele sempre demonstrou interesse em doar, foi esse o motivo que nos levou a tomar essa decisão.”
Através da CIHDOTT do HRSM foi seguido o protocolo nos casos de doação de transplantes. Os órgãos retirados do paciente foram os rins e as córneas. “As córneas foram retiradas e transportadas pelo Banco de Olhos de Alfenas, e os rins pelo MG Transplantes de Belo Horizonte”, informa a psicóloga e membro da CIHDOTT do HRSM, Silvana Aparecida Petrin Retori.
A enfermeira Raquel falou do interesse que a equipe do Pronto Atendimento demonstrou em realizar a primeira doação de órgãos do ano em Varginha. “Houve um desempenho muito grande de toda equipe, foi demonstrado que essas ações podem acontecer sempre aqui. Ajudamos muitas pessoas com esse ato”, completa a enfermeira.
O secretário municipal de saúde, Dr. Fausto Geraldeli pontua a importância em realizar a doação e parabeniza a família pelo ato. “Existem várias pessoas na fila de espera por órgãos, é preciso conscientizar a população sobre a importância desse gesto”. O secretário informou que Varginha aguarda a aprovação da Secretaria Estadual de Saúde para que seja realizado, além da coleta, o transplante renal aqui mesmo na cidade.
“Como não podíamos fazer nada pelo meu pai, decidimos ajudar outras pessoas”, revela a filha do doador. Os órgãos foram coletados e transportados com sucesso e ajudará a salvar a vida de três pessoas.
O passo principal para se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.