A Guarda Municipal de Varginha recebeu hoje (5) do Ministério da Justiça 30 armas não-letais do modelo Taser. A solenidade foi realizada em Belo Horizonte, no auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde o secretário executivo da pasta, Luiz Paulo Barreto, fez a entrega simbólica de um dos kits ao diretor administrativo da Guarda, Guilherme Ramos Maia, e ao comandante, Maurício Maciel.
Varginha e Belo Horizonte são os únicos municípios que receberam o equipamento em Minas Gerais por intermédio do governo federal. À equipe de segurança da capital serão repassadas 200 armas e, além disso, a Polícia Militar receberá 300 em virtude de uma parceria entre o Estado e a União.
A conquista de Varginha, sem qualquer custo para o município, é fruto da parceria com o Ministério da Justiça. Em 2009, a Prefeitura foi a primeira fora da Região Metropolitana de BH a aderir ao Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania, o Pronasci. Guilherme Maia explica que esse convênio com o governo federal vem permitindo a implantação na cidade de equipamentos de segurança modernos, como o sistema de videomonitoramento urbano, a utilização do spray de pimenta pelos agentes públicos e, agora, as pistolas não-letais.
“Essas armas representam a matriz da segurança pública moderna. Elas não são letais. Ao usá-las, a intenção é deter e paralisar o infrator, não vitimar cidadãos. Elas vão gerar mais segurança para a guarda e para os agentes no patrulhamento”, explicou o diretor administrativo.
Luiz Paulo Barreto ressaltou que o repasse do equipamento só foi possível porque Varginha saiu na frente ao firmar o convênio com o Ministério da Justiça. De acordo com o ex-ministro, outros municípios mineiros integram o Pronasci e também serão contemplados com investimentos federais.
“Antes, com o Pronasci, víamos apenas os Estados como parceiros na área de segurança. Depois, buscamos firmar parcerias também com as prefeituras, mas sempre tendo a prevenção como foco. As guardas municipais têm que ter um trabalho preventivo, e as armas não-letais representam uma evolução”, disse o secretário.
Prática
O comandante da Guarda Municipal de Varginha confirmou que os novos equipamentos serão um incremento no serviço de prevenção à criminalidade. Para Maurício Maciel, as pistolas vão facilitar sensivelmente o trabalho dos 96 agentes municipais, que se sentirão mais resguardados para trabalhar.
“Se o próprio guarda não se sente seguro, ele não pode realizar um bom serviço de segurança. O agente preparado, bem treinado, respeitando a legislação, é muito mais produtivo, pois vai trabalhar para preservar vidas, da população e a dele próprio”, comemorou Maciel.
As pistolas Taser repassadas a Varginha têm fabricação norte-americana, e cada kit tem preço estimado de R$ 5.400. A cápsula de hidrogênio interna ejeta dois dardos que se fixam no alvo. Uma descarga de 50 mil volts é transmitida por ondas pelos fios a uma distância máxima de 10,6 metros. Devido à baixíssima corrente elétrica, a carga não é fatal: o indivíduo atingido é paralisado e cai. Não há registro de óbito entre pessoas atingidas, mesmo as portadoras de doenças cardíacas.
O armamento também possui mira a laser. Em caso de disparo, um microchip registra o momento e o autor, e centenas de pequenos confetes são emitidos, cada um contendo o número de registro da arma. Tantos artifícios permitem o controle rígido da utilização do equipamento e preservam a segurança dos guardas.
Campanha
A entrega simbólica do armamento ocorreu durante a solenidade de assinatura do termo de cooperação do Ministério da Justiça com o governo de Minas para a Campanha Nacional de Desarmamento.
O secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada, comprometeu-se a dar mais capilaridade no interior à nova fase da iniciativa. Ele prometeu criar pelo menos cem postos de coleta voluntária de armas de fogo no Estado. Atualmente, existem apenas 26, mantidas pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal.
Comandante da GM Varginha Maurício Maciel e e Luiz Paulo Barreto
Fotos Crédito: Alair Vieira / ALMG