Luta Antimanicominal
Os trabalhadores, usuários e familiares da Saúde Mental de Varginha mais uma vez comemoraram o dia 18 de maio, Dia Nacional de Luta Antimanicomial, luta iniciada no final de década de 70, onde razão era tratar o louco sem segregar. A comemoração aconteceu durante a semana, culminando com uma caminhada na quarta-feira, 18, do Caps até a Praça do ET. Fechando a programação aconteceu no Auditório do Teatro Mestrinho, na sexta-feira, 20, o VI Simpósio de Saúde Mental com o tema “Nenhum passo atrás, manicômio nunca mais: o que a clínica e a política tem a ver com isso?, dirigido aos profissionais de CAPS, CAPSad, CAPSi, da Saúde, Assistência Social, Educação, Judiciário, Ministério Público e outros da Rede de Atenção Psicossocial.
Avanços e desafios a serem conquistados
Muito se avançou desde o início da luta. A Lei 10.216, que dispõe que o tratamento daqueles que necessitam de cuidados em Saúde mental deva ser em regime aberto, especialmente no CAPS – centro de Atenção Psicossocial, completou 13 anos. Os trabalhadores do Brasil seguem com suas ações em um trabalho que está longe de ser perfeito, pois muitas vezes não há condições mínimas para realiza-lo, trabalho repleto de dificuldades, problemas, precariedade, mas que continua se elegendo como o melhor para se tratar a loucura.
A proposta do VI Simpósio foi avaliar criticamente os dispositivos de CAPS e os demais da Rede de Saúde Mental, detectando a real política e a clínica que muitas vezes perpassa nossas ações e propor uma clínica que, para além do resgate da cidadania, propicie uma estabilização do sujeito por vias que não sejam apenas a medicamentosa, mas através de intervenções dos trabalhadores de CAPS e dos diversos atores da Rede de Saúde Mental, que não repitam o modelo manicomial.
PROGRAMAÇÃO
Conferência:"A atual situação da política nacional e as perspectivas para a Reforma Psiquiátrica brasileira", com Edmar Oliveira, Médico psiquiatra, escritor. Aposentado do Ministério da Saúde. Ex-Diretor do Instituto Nise da Silveira, ex-consultor do MS para implantação de rede de serviços em saúde mental, militante do Movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Matriciador em Saúde Mental para a Clínica da Família Victor Valla (convênio Prefeitura RJ/ENSP-Fundação Oswaldo Cruz,RJ). Coordenação da Mesa: Anderson Michel Furtado – Psiquiatra – CAPS Varginha
Conferência: “Um 18 de maio muito crucial: luta e resistência ao violento retrocesso nas políticas públicas de saúde mental”, com Luciano Elia /Psicanalista. Consultor da Área Técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde do Brasil (2004-2010). Consultor e membro do Fórum Interinstitucional de Saúde Mental Infanto-juvenil da Assessoria de Saúde Mental da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro. Coordenação da Mesa: Aparecida Nêfagi Curi Rodrigues – Psicóloga - CREAS
Conferência: "A função dos CAPS-ad e a Redução de Danos como condição para uma clínica na atenção psicossocial", com Júlio César Nicodemos, Psicólogo, Supervisor clínico-institucional no CAPS-ad Alameda (Niterói-RJ), Supervisor clínico-institucional na Equipe de Redução de Danos (Niterói-RJ); Professor e coordenador do Serviço de Psicologia Aplicada na Universidade Salgado de Oliveira; Doutorando em Pesquisa e Clínica em Psicanálise na UERJ. Coordenação da Mesa: Cláudio Miranda Souza – Advogado/ Membro do Fórum de Saúde Mental/ CMS/COMAD
Debate com o público
Roda de conversa: "O protagonismo do CAPS no cuidado: modelo alternativo ou substitutivo?", com Edmar Oliveira. Coordenação da Mesa: Roberta S. Barbosa –Orientadora - SEDUC
Roda de conversa: “O que virou a Atenção Psicossocial infanto-juvenil hoje? ”, com Luciano Elia. Coordenação da mesa: Fernanda Lopes – Psicóloga - PSF
Roda de conversa: "Crianças e adolescentes, vulnerabilidade social e o uso de drogas: estratégias intersetoriais", com Julio César Nicodemos. Coordenação da Mesa: Luciene Barra Mina – Psicóloga – CAPSi Varginha