III Fórum sobre a medicalização da vida e da sociedade
Dialogando sobre a infância e a adolescência – complexidades sem complicações
No dia 11 de novembro comemora-se o dia da luta contra a medicalização da vida e da sociedade. Em Varginha, pelo terceiro ano consecutivo, profissionais de diversas áreas ligadas ao trabalho com infância e adolescência se reunirão no dia 10 de novembro, das 8h às 17h, no auditório da Unifal, para discutirem e refletirem questões relevantes a este universo visando um trabalho integrado e intersetorial, em rede.
A infância e a juventude são períodos marcados por constantes transformações. São nessas etapas que o sujeito explora as experiências reveladoras de aspectos subjetivos que lhe são próprios, experimenta poderes e limites do seu corpo, lida com encantos e desejos na forma bruta e complexa próprio da condição humana. Põe a prova hipóteses sobre o mundo, duvida da veracidade dos fatos e ao mesmo tempo constrói crenças sobre si mesmo, sobre os outros, e sobre o mundo. Explora e descobre à si e ao mundo em direção à vida adulta, somando experiências determinantes na sua constituição subjetiva.
Com o avanço das ciências, nunca se teve tanta oferta de conhecimento num espaço tão curto de tempo. Entretanto, essa expansão de conhecimento sem a inclusão do singular de cada sujeito e da complexidade da vida provocou uma proliferação de diagnósticos, ou do ato de diagnosticar. Em decorrência disto, nos deparamos com um momento crítico onde a infância e a adolescência sofrem com a patologização da vida e a banalização de diagnósticos, o que tampona a possibilidade de crescer e se constituir enquanto sujeitos através da experiência.
Essas questões experiências sendo transformadas em patologias e transtornos desencadeiam um grave movimento de adoecimento social e perda do referencial humano.
Nesse sentido, a atenção infanto juvenil mostra-se um fator de grande interesse e relevância para a saúde, a educação, a atenção psicossocial, a justiça..., enfim ao futuro da sociedade.
Convidamos os profissionais das diversas áreas ligadas a infância e juventude para discutir, refletir e construir diálogos, propostas e intervenções importantes para compor um efetivo trabalho em rede no III Fórum sobre a medicalização da vida e da sociedade.