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O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Varginha (COMPIR) realizará o Dia do Abraço neste sábado (15/03). O evento gratuito e aberto ao público acontece das 9h30 às 12h na Praça Getúlio Vargas, no centro da cidade.

A iniciativa busca destacar o abraço como um gesto de carinho, afeto e solidariedade, além de contribuir para a saúde mental e o combate à depressão e ao suicídio. A proposta é incentivar a conexão emocional entre as pessoas, fortalecendo laços de amizade, amor e empatia.

✳ Conexão humana nos tempos de tecnologia

De acordo com Laureana Ramos, conselheira do COMPIR e idealizadora do evento, a ação busca resgatar o contato físico e a proximidade entre as pessoas. “É um tempo de abraçar pessoas, independente do que elas creem, de quem elas são e da cor da pele. Nós queremos abraçar pessoas, porque a tecnologia sutilmente nos roubou esse contato físico. Creio que vai ser um momento muito especial e muito lindo que nós vamos viver”, afirmou.

A programação inclui apresentações musicais e palestras com psicólogos, além de uma reflexão sobre religiosidade e saúde mental.

✳ Saúde mental da população negra

Para o presidente do COMPIR, Everton Wilson Ribeiro, destaca que o evento está alinhado aos objetivos do conselho de atuar junto ao poder público em prol da comunidade. “Trouxemos esse evento pra poder tratar da questão do suicídio, da depressão, da saúde mental que afeta principalmente a população negra. Como conselheiros, nós entendemos que era importante fazer esse evento, pra poder fazer um acolhimento da população, não só da população negra mas da população em geral”, destacou o presidente do conselho.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, aproximadamente 4.500 homens negros morreram por suicídio no último ano, representando cerca de 75% dos suicídios masculinos no país. Dados do Ministério da Saúde revelam que seis a cada dez pessoas entre 10 e 29 anos que cometem suicídio são negras (autodeclaradas pretas ou pardas). 

Ainda de acordo o Ministério da Saúde, jovens negros têm 45% mais risco de desenvolver depressão em comparação com jovens brancos. Segundo pesquisadores da USP, mulheres negras apresentam uma prevalência significativa de transtornos mentais comuns, como ansiedade e depressão, com 40% delas convivendo com essas condições.