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Moradores que não permitem a entrada dos agentes de combate a Dengue em suas residências podem estar colaborando para o aumento de focos no município

A Secretaria Municipal de Saúde de Varginha, através do Setor de Zoonoses, apresenta à comunidade os resultados do LIRAa - Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti, realizado no mês de janeiro de 2011 no município.
O LIRAa é um dos seis componentes do “Risco Dengue”, ferramenta que identifica o risco de epidemia nos estados e municípios, combinando fatores como: incidência de casos de dengue (atual e anos anteriores), índices de infestação pelo mosquito, sorotipos virais em circulação, densidade populacional, cobertura de abastecimento de água e coleta de lixo.
De acordo com o Risco Dengue, 5 estados têm alto risco de epidemia: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Roraima e Amapá. Outros 16 estados tem risco classificado como “muito alto”.
Para a realização do LIRAa em Varginha o município foi dividido em 5 setores ou 5 estratos. Cada estrato apresenta números diferentes, podendo assim identificar os bairros que necessitam da participação mais ativa da comunidade. De acordo com o LIRAa, a pontuação menor que 1% é considerada baixo nível de epidemia; de 1% a 3,9% é médio risco de epidemia e acima de 3,9%, alto risco de epidemia.

Há em Varginha dois estratos, o 2 e o 3, apresentaram a pontuação de 3,2%. Para chamar a atenção da população, os bairros que compõem estes estratos estão relacionados na tabela abaixo.
A partir desses resultados, o setor de zoonoses está traçando medidas e ações diferenciadas para diminuir esses índices elevados de infestação. Para a realização do LIRAa e a divisão dos extratos, foi levado em consideração não só a divisão socioeconômica, mas também as divisões naturais como rios, áreas próximas a montanhas e matas.
De acordo com José Eduardo Balieiro, médico veterinário e coordenador do setor de zoonoses do município, nos próximos dias será entregue um projeto de ações para os locais com alto índice de infestação, mas não deixando de prever também ações em toda a cidade. “Com o LIRAa o setor de zoonoses pode identificar não só os bairros com maior número de infestações mas também os locais onde foram encontrados o maior número de criadouros”, destacou Balieiro.
Ainda de acordo com o médico veterinário, o LIRAa aponta que Varginha possui 2% dos imóveis com focos positivos do mosquito. Esse número corresponde a 52.093 imóveis. “Esse valor classifica o município de Varginha como médio risco de transmissão de dengue, mas é preciso uma ação urgente, pois os estratos dois e três estão muito próximos do alto risco”, ressaltou.
O LIRAa também aponta os tipos de recipientes onde são encontrados os focos. Esses recipientes são divididos em grupos, que também estão relacionados na tabela abaixo. Na realização do LIRAa em Varginha, os maiores criadouros foram encontrados em depósitos móveis como: vasos de plantas, pratos de água para cachorro, tampas de garrafas, potes plásticos, lixo, etc.
Segundo o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Fausto Geraldeli, o grupo D2, com 64,7%, é composto de depósitos considerados passíveis de remoção, tais como lixo, recipientes plásticos e latas. Outro grupo com altos índices foi o B, que são depósitos móveis, com um índice de 27,7% dos criadouros. O grupo é composto por vasos de flor, entulhos de construção, pequenas fontes ornamentais, sanitários estocados entre outros.
“O LIRAa mostra que mais da metade dos focos de dengue estão em depósitos móveis intradomiciliares. É por isso que faço um apelo à população para que observem e conscientizem-se para não permitir que sua residência seja um foco de dengue”, reforçou Fausto Geraldeli.
O secretário ainda solicitou à população de Varginha, principalmente os residentes nos estratos 2 e 3, que permitam a visita dos agentes de endemias em suas residências, ou deixem autorização com os funcionários que ficam na casa durante o dia. Proibir a visita dos agentes, devidamente identificados, além de prejudicar os trabalhos de combate à Dengue, prejudica também os próprios moradores que podem não ter a mesma habilidade em detectar focos como os agentes que são preparados para isso.

Composição dos estratos: